26/02/2010

As rosas


As rosas da casa da minha avó morreram. Os caules murcharam e os botões definharam desde que a minha avó morreu. 
Entro na casa e o cheiro de casa-museu casa-morta invade-me as narinas. Bem lá no fundo do nariz, junto ao cérebro e ao sítio onde se armazenam as memórias que valem a pena relembrar, o cheiro da minha avó.
Olho o fogão e a cadeira onde me sentava a vê-la cozinhar. O bolo mármore perfeito, o refogado com tomate, a cabidela para o meu pai e as omeletes que eu aprendi a não desmanchar.
Abro as arcas e encontro os tesouros da minha infância. O vestido de renda creme e o de tule com uma só alça, colchas e outros lavoures. Carteiras, casacos e dois smokings completos, um sobretudo de cachemira. Na saleta onde ela dançava connosco, a vitrine com as cigarreiras do meu avô, os copos de cristal. Uma caixa sem bombons, um baton "Rouge" Chanel e fotografias de Àfrica.
Também as rosas têm saudades dela.

22/02/2010

Carnaval

Festa faz bem ao casamento e muito mal à saude...

02/02/2010

Pouca vontade de trabalhar

Pergunto-me se será possível ficar a esfregar o olho esquerdo durante os seis minutos que faltam para a minha hora de almoço.