Eu.
Eu sou uma pessoa.
Sou filha de pais divorciados, recasados, reparentalizados.
Sou filha de todos e filha de ninguém.
Sou a que fica com os restos das partilhas.
Com o que mais nenhum parente quer.
Com o que mais nenhum parente quer.
Sou a que se deve sentir grata por ser incluída no bolo.
Mas eu também sou filha.
Eu também tenho opiniões e gostos só meus.
E eu também sou mãe.
Sou a mãe dos meus filhos e dona da minha casa.
A mulher do meu marido.
A mulher do meu marido.
Sou uma pessoa independente, com vontades e desejos.
Sou eu.
Sou eu.
Ontem disse - chega!
Chega.
E passei o resto do dia a chorar.
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