Pegar no trabalho que a avó deixou. Sentir as agulhas com o arco que as mãos da avó pressionaram. Tricotar de forma diferente da habitual. Tricotar como se fôssemos a avó e choramingar de saudades
12/11/2016
15/09/2016
09/09/2016
Cuidados Intermédios
O Biscoito n°4 recuperou bem. Era o Golias da UCERN, no meio daqueles ratinhos todos, uns já veteranos de 70 dias, outros acabados de chegar.
Do outro lado do vidro fosco, os fios dos aparelhos que monitorizam os internos dos Cuidados Intensivos. De vez em quando um bip mais estridente e os passos apressados das enfermeiras. Mas já não era nada connosco, era todo outro mundo, do outro lado do vidro fosco.
Do lado de cá, risos de adultos e choro de bebés. Os melhores sons do mundo para os nosso ouvidos. Os bebés já com nome próprio, escrito a seguir ao apelido das mães, nas etiquetas por cima das encubadoras.
Eu já podia fazer festas no meu biscoitinho. Depois, já podia pegar nele. Uns dias depois, passaram-no para o berço e já pôde mamar. Depois tiraram-lhe a sonda e assim que eu tive alta, montei acampamento ao lado dele. Mais tarde, as enfermeiras convenceram-me a ir dormir a casa. E eu fui.
Só quando me deitei é que percebi o quanto etava cansada e dorida. Os meus pés pareciam patas de elefante, as minhas costas estavam dormentes. A cabeça latejava até aos maxilares. Mas eu estava descansada. Uns dias depois, fomos mandados para casa com o bebé mais precioso do mundo ao colo.
O nome
Os bebés da UCI não têm nome próprio. São identificados pelo último apelido da mãe.
Há bips e pis constantes, numa orquestra desconcertada de tubos de ventilação, sondas gástricas e muitos monitores cardíacos.
Há pais que se colam às paredes das encubadoras e só descolam quando o corpo deixa de suportar aquela desconfortável posição. Há mães que cantam baixinho para o plexiglas, outras que sorriem quando o bebé minúsculo que ali termina o seu crescimento se move. Mas há sobretudo os que choram em silêncio.
19/07/2016
Porque reviro eu os olhos de cada vez que alguém repara que estou grávida (do meu 4º filho rapaz)
Pérolas da opinião alheia e o que eu faço com elas
04/07/2016
13/06/2016
03/05/2016
Baby #4
Soube há pouco, o Biscoitinho número quatro vai ser um rapaz!
Estou completamente histérica, nem caibo em mim de contente!
Por outro lado, todas as pessoas à minha volta têm reações de desconsolo, atrevem-se mesmo a suspirar muitos "ooooh" e "que pena", ou mesmo bradando aos Céus por serem quatro rapazes.
A verdade é que quatro rapazes, quatro filhos saudáveis, é caso para dar graças a Deus e a todos os santos cá de casa, que não é coisa que se veja todos os dias.
Além do mais, a logística familiar não se altera assim tanto nem precisamos de nos preocupar com grande coisa, que já sabemos ao que vamos e é mais um para o molho.
Todos sabemos que os rapazes têm a vida muito mais facilitada, não são assediados constantemente na rua, nem violados à porta de casa, não aparecem grávidos, têm mais hipótese de terem uma carreira profissional de sucesso, porque a colega de trabalho com filhos pequenos é que vai ser posta na prateleira à primeira oportunidade. Digo isso por experiência própria.
Só por isso, já é um alívio ser mãe só de meninos.
Noutros tempos, haveriam de erigir estátuas à minha pessoa por só ter filhos varões!
21/04/2016
27/03/2016
22/03/2016
Riqueza da mamã
08/03/2016
Dia internacional da mulher
Neste dia em que lembramos a morte e as injustiças que ameaçam o sexo fraco, eu fui fazer a primeira ecografia do meu quarto filho e celebrar uma capacidade única e exclusiva das mulheres - gerar vida.
No dia em que as mulheres forem, sem exceção, tratadas e valorizadas como são os homens, eu celebrarei triunfante e feliz. Até lá, só tenho pena.