31/12/2007

Réveillon comm'il faut


Tal como no ano passado, este réveillon vai ser passado com o filhote e com a minha avó, porque mais uma vez, toda a gente se pisgou para outro lado qualquer (a minha irmã foi para Madrid, o meu irmão para Dusseldorf com os meus pais e os meus outros pais aproveitaram o casamento da prima da Àfrica do Sul para lá passarem umas férias). Com a agravante de eu estar grávida, vamos, mais uma vez, competir afincadamente para ver quem é o primeiro a aguentar acordado até à meia-noite. Espero sinceramente que seja o Ricardo, para eu poder adormecer no sofá à vontade enquanto o Biscoito arrasta a minha avozinha para o quarto e insiste para que ela se ponha de gatas a brincar aos carrinhos ou aos piratas.
A verdade é que os meus finais de ano são sempre uma miséria.
Depois de toda uma adolescência a passar os fins de ano em casa com os pais - porque os meus amigos eram todos uns gandulos alcoólicos e sabe-se lá o que é que me aconteceria, as festas de fim de ano durante a universidade passadas com os tais amigos gandulos e alcoólicos também não foram lá grande coisa. Ou acabavam todos bêbados e eu sóbria (lembro-me distintamente de celebrar a passagem do milénio com o médico de banco no hospital distrital de Mora, porque eu era a única sóbria que podia conduzir os bêbados para as urgências), ou eram esquisitas, tipo a de há dois anos, em que o marisco me fez uma limpeza interna e só por acaso é que não passei a meia-noite na casa de banho.
O mais estranho de tudo é que eu gostei verdadeiramente de passar a meia noite do ano passado com a minha avó, o Biscoito e o Ricardo no alto do Cristo Rei a ver a pirotecnia ao longo de Lisboa inteira depois de um calmo jantar em casa. Este ano faremos coisa parecida, mas talvez nos fiquemos por mais perto, não fosse eu estar grávida e a minha avó mais velhinha.
Vai correr tudo bem e eu vou começar agora a aquecer as sopas.
Boas entradas!

10/12/2007

Amor elevado a dois

Hoje fomos conhecer o novo filhote.
Como qualquer filho que se preze, assim que nos "viu" começou a mexer se muito e o coração acelerou. O pai babado encheu a sala com um sorriso maior que o mundo e eu sustive a respiração por momentos, a tentar decorar o ritmo cardíaco do pimpolho.
Há qualquer coisa de sobrenatural numa ecografia destas. Ver um feto viver dentro do nosso corpo é maravilhoso. Reconhecemos-lhe a espinha dorsal perfeitamente encaixada no crânio translúcido, um narizinho perfeito e idêntico ao do irmão mais velho,o coração a bater ainda meio fora do peito e os braços e as pernas minúsculos com esboços de pés e mãos.
Agora já posso sorrir enquanto pouso a mão na barriga crescente porque já vi o meu novo filho.