31/03/2015

Traquinices

O novo Biscoito está a atravessar uma fase muito criativa.
Depois do "aquele homem é gordo!" bem alto e a apontar nitidamente para a corpulenta criatura, para ele, todo o mundo que o rodeia agora é totó ou é pum.
Ultimamente, um diálogo típico com o N.B. costuma ser assim:

- Joãozinho, onde vais?
- Pum!
-Vais onde?
- Dar um pum!
- Onde está o teu irmão?
- O mano é totó! Tu és totó!
- Ai, João, pára com isso!
- Totó! Totó!
- Calça mas é os sapatos, rapaz, está quieto!.
- O sapato é pum, eu tenho um pum! Pum! Pum!

E é isto o dia todo e a toda a hora. Já não há paciência, não sei  o que faça e já nem sequer me lembro de quanto tempo costumam durar estas fazes idiotas que levam qualquer familiar à loucura. Mas não deixa de ser absolutamente adorável a cara dele quando diz pum, tão feliz com a traquinice que até brilha!
É melhor deixá-lo e esperar que passe.



08/03/2015

Acerca do dia mundial da mulher.


    Pessoalmente, não me incluo nas celebrações deste dia. Não preciso.
    Não fui privada de educação pelos meus pais, nem eles me obrigaram a trabalhar quando eu era apenas uma menina. Pelo contrário, sempre disseram que estudar era a minha obrigação e que  o meu trabalho era estudar.
    Não fui privada de assistência médica, nem de nada que eu precisasse.         Aliás, o meu pai sempre disse que eu teria sempre tudo o que eu precisasse, mas para ter o que eu quisesse, teria de  trabalhar para isso.
    Não fui casada com homem nenhum contra a minha vontade. Antes, casei com o homem que eu escolhi, quando eu assim determinei.
    Tive os filhos que eu quis, quando os quis, todo o acesso a métodos contraceptivos e toda a informaçao que eu precisasse para fazer as minhas escolhas de forma autónoma e esclarecida.
    Sempre votei em quem eu achei melhor, sem que ninguém me impedisse nem tentasse saber em quem eu voto. As vésperas de eleição são, aliás, dias muito debatidos e acesos cá por casa.
    Tive azar nos empregos e fui preterida por ser mulher e por ser mãe. Mas mesmo aí, tive todo o apoio familiar e sindical. Tive, sobretudo, o apoio do meu marido para poder escolher ser o que eu quisesse.
    Hoje, sou o que eu quero ser e tenho sonhos para ser mais e melhor. O meu marido acha optimo e ajuda-me. Imenso.
    Por isso, o dia internacional da mulher não é para mim. É pena que não seja assim para todas as mulheres do mundo. É pena que ainda seja necessário um dia especial no ano para nos lembrarmos disso.