23/05/2008

Conversas do quotidiano

rfk diz:
está tudo bem disposto por essas bandas?
Fi diz:
o teu filho está a ter uma overdose de desenhos animados
Fi diz:
acho que já não estou capaz de ficar sozinha com ele sem recorrer aos desenhos animados...
rfk diz:
em casa é complicado porque ele não quer fazer nada
rfk diz:
e se quer requer que vás para o chão
Fi diz:
pois não
Fi diz:
não quer saír, não quer fazer desenhos, não quer ler histórias, só quer desenhos animados
rfk diz:
depois fica com um ar vegetal como ficou quinta de manhã
Fi diz:
e eu, sempre meio-dormente do cérebro como estou, faço-lhe a vontade porque quero é ir estender-me na cama e que o mundo me deixe em paz
rfk diz:
já te vou salvar
rfk diz:
45 min e estou em casa
rfk diz:
até já beijocas
Fi diz:
okis

20/05/2008

Sopa de Peixe

(olha aqui a foto que falta)

Há coisas assim. De repente, dou de caras com um qualquer prato que me dá a volta às papilas gustativas.
Como a mousse de chocolate do restaurante na rua por trás da Unicef aqui em Lisboa, ou o bitoque do lombo de Alcabideche, ou as migas de espargos do restaurante no terminal rodoviário de Arraiolos, ou as sardinhas de fim de agosto do restaurante junto ao castelo de Sines, ou a sopa de peixe no mercado de Portimão.
Sou capaz de esperar um ano inteiro pela oportunidade de sentir novamente esses sabores saltitarem-me no palato sem nunca o provar noutro lado (excepto o bitoque, ou não fosse eu alfacinha de gema) - porque em tal sítio é que é bom.
Pois aconteceu. Era inevitável, de tão prendada cozinheira me tenho tornado. A verdade é que apesar de o peixe não ser o mesmo, o sabor é absolutamente inesquecível, e fi-la eu na minha cozinha.
Então é assim: tome-se a maior panela que houver na cozinha e faça-se um refogado decente com azeite, louro, cebola, alho e pimentos, tudo miúdinho; despeje-se polpa de tomate e caldo de marisco simples; junte-se três ou quatro vezes a medida do caldo de marisco em caldo rico de peixe e mais as massinhas-cotovelo; depois meta-se o peixe quase no fim da cozedura, com os temperos rectificados, juntem-se os camarões, os mexilhões e os coentros.
Bom apetite!

13/05/2008

Ai

Juro que o miúdo vai nascer a qualquer momento, de tanta cabeçada que dá lá em baixo.

08/05/2008

Quase-Mãe-Outra-Vez

E ainda me sinto tão filha...
Por isso ando sempre com o telemóvel junto a mim para ligar à minha mãe
-não vá ter alguma contracção mais regular;
- não vá perder o rolhão mucoso algures por aí;
- não vá desatar a escorrer-me àgua pelas pernas;
porque a minha mãe está sempre disponível para me ir levar-buscar-trazer ao hospital e levar-trazer-buscar o Biscoito à escola e a casa dela e à minha e porque é a única que sabe perfeitamente quais são as roupinhas para o Outro Biscoito vestir mal acabe de nascer, sem nunca sequer ter visto o que é que eu pus na mala da maternidade.
Não é maldade, mas a minha cara-metade nem sempre me pode atender o telefone e nem sempre vai de carro para o emprego.
A minha mãe é simplesmente mais rápida.

04/05/2008

Domingo de Mãe



Apesar de não me lembrar de alguma vez ter ido a correr comprar um presente para a minha mãe só porque era dia da mãe, lembro-me de lhe fazer presentes na escola e de lhe levar o pequeno almoço à cama - normalmente torradas queimadas e leite sem café, que ela agradecia encarecidamente e fingia comer enquanto eu e a minha irmã víamos desenhos animados.
Nunca me senti obrigada a ter de passar o dia com a minha mãe, e muito menos comprar-lhe um presente. As decorações das montras e os anúncios alusivos à data, tal como os do dia do pai, passam-me ao lado.
Agora derreto-me com os presentes que o Biscoito faz na escola para me oferecer e mal consigo esperar para que o Outro Biscoito comece também a fazer pequenas maravilhas que só eu acho perfeitas e absolutamente preciosas.
Por falar nisso, e já que vou jantar a casa da minha sogra (porque o meu mais-que-tudo se sente nessas obrigações todas) vou ligar à minha mãe.