25/05/2007

23/05/2007

Impressionismo


Der Goldene Fisch, Klee, 1925

Uma vez passei um verão num quarto com este Goldene Fish. Das duas ou três vezes que visitei o Lenbachhaus/Kunstbau Museum nunca dei por ele. Ou pelo menos, não me recordo. Talvez estivesse junto à ombreira da porta que dava para a sala com uma janela muito grande a iluminar uma piscina de óleo feita por um japonês sorridente que por lá apresentava qualquer instalação na altura.

Farbstudie Quadrate, Kandinsky, 1913

Lembro-me principalmente da energia deste quadro, relativamente pequeno e isolado, demasiado perto do quiosque, de nomes impressionantes como Klee , Münter, Marc, Kandinsky, Jawlensky, todos de azul montados a cavalo. Um casamento na aldeia, três tigres amarelos e todas as cores do arco-íris. Recordo fotografias, operários e o estuque do tecto. E de me ter apaixonado pelo movimento Der Blaue Reiter.
Também me lembro que a seguir termos ido beber uma Weissbier à Hofbräuhaus e ver um concerto de Sting mesmo ali ao lado. Os bons tempos de estudante.

21/05/2007

Kahva


Dos grandes prazeres da minha vida, o café é um deles. Adoro sentir os meus dedos a afundar entre os grãos torrados, e ficar com o perfume forte do café nas mãos. Lembra-me o hálito quente da minha mãe quando me vinha acordar. O melhor café do mundo continua a ser o que a minha mãe faz, mas o meu está a melhorar consideravelmente. É arábica de produção biológica e tem um leve travo a banana (!). Não gosto lá muito do robusta. É amargo demais.
Adoro café como a minha prima da Àfrica do Sul adora chá. Eu de chá nem por isso, é bom com leite e açúcar nas tardes chuvosas de inverno, mas pouco mais. Ela tem ataques epilépticos de cada vez que me vê fazer isso a such a nice cup of tea.
Gosto tanto de café que o bebo de todas as maneiras - quente, a escaldar, frio, com gelo e limão, com leite ou com mais àgua, - e sempre, sempre sem açúcar.
Acho as bicas e os simbalinos insuportáveis, e só o bebo de saco, ou feitos em maquinetas destas, como a minha.
Aliás, o melhor ritual matinal, quer seja em dia de semana ou nas mais relaxadas férias, é o shrrr shrrr do café pronto a servir. E a consumir.
Hum...cheiro a café.


18/05/2007

Romance

Se há coisa que me irrita profundamente, é gastar pipas de massa em livros sobrepublicitados e que, invariavelmente, ficam aquém das expectativas. Estava eu a tomar um aromático café e a falar sobre isso mesmo, quando me dei conta que tinha acabado de gastar €22 num livro desses. Sim, gastar. E nem tinha passado do 1º capítulo.
Como nestes últimos e noutros tantos que passaram pelas minhas prateleiras.
Por outro lado, e enquanto falava mal de traduções pior que péssimas, lembrei-me que nas minhas estantes também os havia de suprema qualidade, de tal forma que pensei seriamente em encomendar as versões de bolso para ler os originais.
Por exemplo, destes todos já só me falta este que vou deixar para alguém me oferecer pelo Natal, e não duvido que acabe a comprar toda a obra do Maurice Druon em edição de bolso não traduzida, tal o prazer de os ler.
Também gostei muito deste , que me surpreendeu e até escrevi um mail à autora só a dizer bem,
e deste ,que me surpreendeu ainda mais pelo latim,
e sei que vou gostar deste cuja leitura interrompi para parir um rapaz e ainda não o retomei.
Grande falha, garante-me quem mo ofereceu.
Encontre-se neles um denominador comum - todos eles são romances históricos, mais ou menos seculares. E são sempre histórias prodigiosas. Ah, um dia também hei-de escrever um.

10/05/2007

Homo coiso e tal


Depois de muito pensar e de estudar chimpanzés, alguém chegou à conclusão que os Pan Troglodytes deveriam passar a pertencer ao género Homo, o nosso. Eles seriam Homo Troglodytes, nós continuaríamos como Homo Sapiens. Os chimpanzés passariam a ser Humanos como nós, mas de uma espécie diferente da nossa. Por mim tudo bem. Até acho que a coisa faz mais sentido, uma vez que a Lucy é mais Pan que Homo.
Proponho, assim, que o Homo Sapiens seja também recatalogado como Homo Desctructors. Porque Sapiens é que nós já não somos.

09/05/2007

57


Faz hoje 57 anos que Mr. Robert Shuman, Ministre des Affaires Étrangères declarou que "L’Europe ne se fera pas d’un coup, ni dans une construction d’ensemble : elle se fera par des réalisations concrètes créant d’abord une solidarité de fait." (Robert Schuman,9 mai 1950) Estavam lançadas as bases para o Tratado de Roma e o início da Comunidade Económica Europeia.
Este cavalheiro a coçar a calvice é o avô da Europa.
E é francês, bien sûr.

04/05/2007

Vermelho


O biscoito estava muito curioso acerca das primeiras papoilas do ano. Acho lindo ver uma criança maravilhar-se com algo tão simples como uma papoila vermelha ao sol.

02/05/2007

Rapazinho


Talvez por ter cortado o cabelo e se ter visto diferente, o Biscoito resolveu que era outra vez bebé e quis a chucha, o óó e o colo da mamã. Dei-lhe tudo e mais: aconcheguei-o no pano para o embalar, tal como quando ele cabia lá todo encolhido, bem encostado à minha barriga. Mas desta vez ficou com as pernas de fora. Como cresceu!
Agora é o meu rapazinho. Faz-me lembrar os miúdos dos filmes italianos do pré-II GM, a correr com umas pernas compridas em calções e botas grandes
como aqui

e aqui (mas numa versão chique)

Não vale a pena, sou absolutamente fã deste padrão. Adoro-o em todo o lado, sempre este, nunca os outros. Um dia gostava de ter uma gabardine assim. Da marca. Para condizer com a pochete. C'est chic.