29/09/2009

A-B-Cinema

O meu Biscoito querido já sabe escrever. Não soletra quase nada, nem por isso se adestra no desenho dos grafismos, mas com grande entusiasmo escreveu "ParaaOmado Francisco edo Pedro" assim, tudo junto com um C e um N ao contrário e com um S perfeito. Foi o melhor aniversário que a Oma alguma vez teve, só nós, tão poucos e tão bons.

Amamnhã ele vai ao cinema com a escola. Ele nunca foi ao cinema. Até roí uma unha.

22/09/2009

14/09/2009

Dois casamentos,

um nascimento e dois funerais.
A minha avó Alice morreu. Não estou particularmente triste nem desgostosa. Apagou-se suavemente numa cama de hospital com uma idade respeitosa. Tinha-a ido visitar na quinta feira passada em jeito de despedida. Falara-lhe que tinha ido a casa dela e que as roseiras estavam todas em botão e os antúrios tão grandes que impediam a passagem. Pintara-lhe os lábios com o meu baton e ela sorrira. Espantara-se com as fotografias dos Biscoitos tão grandes.
Sábado, num casamento, dancei com o Ricardo e lembrei-me que ela gostava tanto de dançar. De a ver rodopiar tão elegante na saleta e de nos ensinar o tchatchatcha e a valsa.
Penso nela sempre que faço uma caçarola ou um bolo, sempre que embalo os meus filhos, sempre que ponho um chapéu ou uma roupa mais elegante. As rosas, as rosas.

01/09/2009

De volta

a casa e ao trabalho.
Ainda não percebi se estou triste ou não.
Demorei-me a observar a luz quente que invade a minha casa demasiado pequena. Tinha saudades desta claridade. Tinha saudades da minha cozinha e da varanda da sala. Das minha plantas jurássicas. Dos dragões do quarto dos Biscoitos. Do perfume do meu sabonete de rosas e de ir buscar pão com a Sutra.
Tinha saudades do jardim do meu emprego. Hoje a empresa faz quatro anos e vai haver bolo. Estão a dar a vacina da gripe sazonal. Eu tenho sono e tanto que fazer.
Tenho tantas saudades dos meus filhos...