22/09/2008

1 ano certinho


Último dia de verão.
O ano passado, por esta hora, estávamos nós a jantar em Azeitão. Nós e a família toda, a tua e a minha. Pela primeira vez, tive os meus pais e os meus irmãos juntos. Conheci os teus primos, tive as minhas amigas todas a rir ao mesmo tempo. Depois do jantar fomos ao Kubo. Eu de vestido de noiva e ténis, tu a contar as cabeças dos primos que eram tantos e a pedir bebidas para todos.
Passámos a noite de núpcias no aeroporto de Madrid, enrolados nas mochilas entre o freeshop e o Starbucks, ainda cheios de pétalas e arroz nos cabelos e decote.
No dia a seguir aterrámos no Panamá por engano. Não podia ter escolhido melhor companheiro de viagem
Nem noite de núpcias, nem primeiro aniversário, mas caixotes de mudanças e muitas fraldas. Nem sequer temos gás instalado para fazer o jantar. Aposto que assim que me conseguir sentar no sofá descansada, adormeço em menos de cinco minutos.
Feliz primeiro aniversário de casados, meu querido. Eu também te adoro.
Obs.: Um ano e uma semana depois tivémos a nossa noite de núpcias. Fizeste-me mais uma vez feliz.

18/09/2008

Classe A

O meu carro é o maior do mundo.
Já lá coube tudo e mais alguma coisa, mas hoje coube toda uma mobília de casa de banho e um colchão 90x190.
Malinha do Sport Billy? Esqueçam, o meu carro é que é!

06/09/2008

Mamã Bonita



A pretexto de mais um baptizado na família, fui ao cabeleireiro.
Ir ao cabeleireiro tem sido sempre uma experiência mais ou menos traumatizante para mim. A última vez foi no dia do meu casamento. A parvalhona-que-nem-tem-outro-nome estragou-me o cabelo com uma tinta que eu não pedira e o penteado ainda ficou mais traumatizado com quilos de laca e de outras substâncias irrespiráveis que, mais uma vez, eu não pedira. Resultado: uma cor esquisita num cabelo quebradiço para o dia mais feliz da minha vida. E eu, furiosa mas cheia de pressa, protestei só metade e nunca mais lá voltei.
Não, minto, depois disso, já bastante grávida do Outro Biscoito e muito mal humorada, entrei num, cortei o cabelo e gostei bastante, principalmente depois da cabeleireira concordar comigo em que a tal parvalhona-que-nem-tem-outro-nome era realmente uma assassina de cabelos disfarçada. Depois disso ainda fui fazer um brushing no boteco que abriu aqui mesmo ao lado, já o Outro Biscoito era nascido, desta feita para o baptizado dele.
Desde então, tenho continuado a busca incessante pelo cabeleireiro perfeito que há-de manter-me fiel até ao fim dos meus dias.

Este último não foi de certeza, e nem o preço apelativo me convence. Tipo self-service, sem nenhum requinte, altamente popular entre as senhoras da 5 de outubro, eu ía morrendo quando me chamaram pelo número (pois sim, era de tirar senha) e a rapariga, gorda e descomposta, pegou numa toalha, limpou a àgua da cadeira e os cabelos do lavatório que haviam sobrado da cabeleira aterior e, com o sorriso mais querido que tinha, esticou essa mesma toalha pronta para ma colocar sobre os ombros. Eu arrepiei até os pelinhos do dedão do pé. "Ai, desculpe, mas eu assim não consigo, faxavor de me trazer uma toalha nova" e a rapariga estranhou, mas tábem, eu é que sabia. Devo ter feito um olhar de bruxa, porque pelo caminho, tirou os ditos cabelos do ralo de dois lavatórios e só depois é que eu me sentei, toda tensa, só de imaginar se a miúda teria raspado as unhas no couro cabeludo de quantas senhoras antes de mim. Mas a mim não raspou, até fez massagem e tudo e a àgua estava bem, assim a atirar para o fria, mas agradável.
De passagem para o salão propriamente dito, onde se acotovelavam mulheres de tesouras em riste e madames de rolos nos cabelos, fiquei logo a gostar pouco, de tanto barulho que se ouvia. Dos secadores, das vassouras, das conversas de tudo. Vá lá, a televisão estava no mute.
Entretanto, encomendei uma manicure e a primeira pedicure da minha vida. Espantosamente, gostei. Juro que gostei.

Passei hoje o dia todo a olhar para as minhas vinte unhas e a exclamar que bonitas estavam, tão perfeitinhas e tão bem pintadas da minha cor preferida. O Biscoito passou também o dia inteiro a pegar-me na mão e a dar beijinhos em cada uma das minhas unhas perfeitamente cuidadas e a chamar-me Mamã Bonita. Ao jantar, enquanto comia a sopa, deu-me mais um beijo e disse que também gostava muito da minha boca pintada.
Vou passar a ir à manicure uma vez por mês e usar sempre baton - tudo em vermelho-coral.