23/12/2013

Papos de anjo

A avó Joana fazia papos de anjo para todas as festas da família. Comê-los durante anos a fio haveria de ter alguma utilidade:

9 gemas
1 ovo inteiro
Bater até ficar uma creme muito fofo
Encher forminhas untadas com gordura e farinha, mas só até meio e levar 15 mn ao forno a 230°c. Desenformar e picar o fundo para embeber melhor na calda.

Calda:
600g açúcar
5 dl água
casca de 1 limão
1 pau de canela
rum

Ferver em ponto de fio (+-4 mn). Deixar esfriar um pouco e embeber os papos de anjo na calda. 
Guardar a calda restante para quando servir.

Boas Festas!

05/12/2013

A chaminé

São Nicolau


São Nicolau, patrono das crianças, festeja-se a 06 de Dezembro.
Uma colega minha vai a casa este fim de semana para festejar o Saint Nicolas com as irmãs a casa da mãe, onde espera receber muitos presentes. Promete trazer para nós também. Hihihi

03/12/2013

27 de Novembro 2013


Dizem que é nos momentos de aflição que as pessoas revelam o seu verdadeiro carácter. Três minutos que duraram uma eternidade. Os nossos filhos saíram de casa calçados e agasalhados, cada um com direito a um copo de leite por causa do fumo. Às seis da manhã o meu marido já estava a limpar os despojos do incêndio.
Sem mortos nem feridos, agradeço ao Regimento de Sapadores de Bombeiros da 3ª Companhia - os nossos  cinco por cento deste ano já são vossos.

14/11/2013

Conceitos abstractos bué avançados

Ontem, ao ajudar o Biscoito a fazer os trabalhos de casa, deparei-me com uma pergunta que até a mim me deu que pensar e da qual eu duvidei seriamente se seria realmente adequada ao primeiro período de um 3º ano:

"_____________ é o conjunto de pontos equidistantes de um ponto central de uma superfície" e mais uns quantos palavrões que eu agora não me recordo. Mas a resposta era esfera, sim, não era círculo, era esfera.

Depois de puxar um bocado pelos neurónios, perguntei-lhe - Sabes o que é uma recta? Claro, era um traço, uma coisa assim, e desenhou um risco no papel.
Perguntei-lhe se sabia que uma recta era um conjunto de pontos infinitos delimitados no espaço. Rebolou os olhos em admiração.
Percebi então que o grande problema eram as palavras. "Conjunto de pontos" e "equidistantes" era algo que ele não compreendia.
Expliquei- lhe o significado de equidistante, mas vi que o miúdo estava com alguma dificuldade em compreender a noção de ponto.

Agora estou a (re)ler as noções básicas de geometria euclediana para lhe fazer perceber que um ponto é, e segundo a Wikipédia, " uma noção primitiva pela qual outros conceitos são definidos.Um ponto determina uma posição no espaço. Na Geometria, pontos não possuem volumeáreacomprimento ou qualquer dimensão semelhante. Assim, um ponto é um objeto de dimensão 0 (zero). Um ponto também pode ser definido como uma esfera de diâmetro zero."

Acho que vamos ter aqui uma mini-viagem psicadélica a outra dimensão. A banda sonora vai ser Doors.

Agora muito a sério. Estive há pouco a conversar com um professor de matemática, que me garantiu que as metas curriculares deste ano a matemática são completamente irracionais. Ao que parece, está mesmo escrito numa directiva qualquer que o que é necessário, é que a criança saiba o conceito de cor, independentemente de o compreender ou não. Presume-se que o que é necessário é o brilharete no exame final para esfregar na tromba dos senhores que regulam as directivas europeias da educação como afinal somos iguais aos  suecos  e aos dinamarqueses

Não se percebe. Não percebo. Infelizmente, o meu filho também não.

05/11/2013

The Gunpowder Plot (The fifth of November)

      http://www.answers.com/topic/guy-fawkes-large-image

    Remember, remember! 
    The fifth of November, 
    The Gunpowder treason and plot; 
    I know of no reason 
    Why the Gunpowder treason 
    Should ever be forgot! 
    Guy Fawkes and his companions 
    Did the scheme contrive, 
    To blow the King and Parliament 
    All up alive. 
    Threescore barrels, laid below, 
    To prove old England's overthrow. 
    But, by God's providence, him they catch, 
    With a dark lantern, lighting a match! 
    A stick and a stake 
    For King James's sake! 
    If you won't give me one, 
    I'll take two, 
    The better for me, 
    And the worse for you. 
    A rope, a rope, to hang the Pope, 
    A penn'orth of cheese to choke him, 
    A pint of beer to wash it down, 
    And a jolly good fire to burn him. 
    Holloa, boys! holloa, boys! make the bells ring! 
    Holloa, boys! holloa boys! God save the King! 
    Hip, hip, hooor-r-r-ray!

    English Folk Verse (c.1870) 

31/10/2013

Halloween

Os meus filhos este ano quiseram ir mascarados para a escola.
O mais velho foi de espectro, o do meio foi de pirata-esqueleto-fantasma e o mais novo foi de abóbora.
Dei-me ao trabalho de avisar no emprego que iria chegar mais tarde, porque tinha de pintar a cara aos miúdos.
De manhã, a casa de banho parecia a preparação de um desfile de Carnaval, com perucas, tintas e papel sujo de lápis preto.
Ficaram horrorosamente assustadores, excepto o mais novo, que foi só enfiar o fato de abóbora e o chapéu de abóbora e ala que se faz tarde.
Pouco depois de chegar ao trabalho, recebi uma mensagem do meu marido a queixar-se que não havia nenhum menino mascarado na escola do do meio, e que a professora e as auxiliares o haviam advertido de que os miúdos não eram suposto estar mascarados. Parece que não queriam assustar os meninos mais pequenos - isso apesar de o meu marido lhes ter mostrado uma abóbora toda contente dentro do carro, rodeada de espectros e fantasmas.

Soube agora, depois de falar com ele e ouvir a voz desconsolada do do meio a contar, que assim que tiveram oportunidade, as educadoras lhe despiram o fato e tiraram a pintura da cara "para não sujar a comida", parece.
Ele, que estava absolutamente histérico esta manhã, tão ciente da pintura que queria na cara, e tão feliz que ficou quando se virou para o espelho para ver o resultado, está desconsolado.

E agora eu pergunto-me: que direito têm as educadoras de fazer isso? Que direito têm as educadoras de castrar desde cedo a vontade e a imaginação do meu filho, num dos dois únicos dias do ano em que o rapaz pode - por predefinição social - andar mascarado na rua? Que direito têm estas educadoras de hoje de formatar a mente do meu filho contra a vontade dos pais?

Quando o meu filho mais velho era pequenino e frequentava o Jardim de Infância onde agora está o mais novo, fui uma vez chamadaà direcção. Queriam pedir-me para não trazer o meu filho mascarado tantas vezes, que as outras crianças desatavam num berreiro porque também queriam vir mascaradas e alguns pais haviam-se queixado de que isto não podia ser assim. Eu desatei-me a rir e expliquei que ele queria ir mascarado, provavelmente para colmatar alguma falha emocional (eu estava grávida do segundo filho e o pai trabalhava em turnos duplos), e que compreendia perfeitamente, mas se as outras mães quisessem, eu traria o baú das máscaras para a escola, para todos se poderem mascarar.
Nunca mais me disseram nada e o mais velho continuou a ir mascarado sempre que assim o entendeu, até a vontade lhe passar de todo.

Depois a cena repetiu-se com o do meio, mas não tanto, que o rapaz não parece ter sentido tanto essa necessidade.Talvez por isso tenha sentido mais hoje, quando lhe disseram que não podia andar mascarado dentro da escola. Eu senti. E revoltei-me.

Agora, acerca do Jardim de Infância, aonde os mais velhos iam mascarados sempre que lhes apetecesse, fui hoje buscar o mais novo, o único mascarado, todo feliz no seu fatinho de abóbora.



16/10/2013

Aniversário

Ontem fiz anos. 36, para ser exacta.
Já sou uma Senhora crescida.
Os sorrisos dos meus filhos (tão luminosos, meu Deus!) ao pequeno-almoço prometeu um dia bom.
Foi mesmo bom. Desde o bocadinho no banco de jardim ao sol com a minha irmã até às mensagens e telefonemas dos mais diversos pontos cardeais, encheram-me de felicidade.
Senti-me amada e querida e foi bom.
E depois o dia passou num ápice e eu adormeci feliz.

10/10/2013

Surpresa

Em Carnide as flores voam das janelas e aterram aos meus pés.

07/10/2013

Leituras em dia

Voltei a ler.
Depois de dois anos a quase não ler, desde o verão que voltei em força a perder-me noutros universo literários.
O MONTE DOS VENDAVAIS, Emely Brontë,
SIDDHARTHA, Hermann Hesse,
um manual de educação infantil de Maria Montessori,
SARTRE ET BOUVOIR que ainda estou a ler, mas não me recordo do nome da autora,
Livros infantis que leio aos miúdos, como Uma Aventura, Alice Vieira, Os Cinco, o Livro da Selva, etc.
Pois. A minha mesa-de-cabeceira está outra vez cheia.


01/10/2013

Trabalho

Dou por mim tão desinteressada que até me faz aflição.
E pensar que estou a criar filhos para isto...

18/08/2013

*A1 dir. Norte


Restaurante chique vs tasca de bairro

O meu marido louva a minha capacidade de me comportar exactamente da mesma forma numa tasca e num restaurante de cinco estrelas.

Explicou-me ele que a diferença estava na atenciosidade do empregado de mesa, não nos meus modos, e que eu não posso esperar que o da tasca atente ao meu pedido como o do resturante chique.

Quer-me parecer que foi um elogio.

08/08/2013

Princípios da massagem tailandess


E assim, a meio do zapping, fiquei a perceber porque é que por causa da tendinite no polegar, o meu cotovelo está dormente e o meu ombro está preso.

05/08/2013

Stuck! - the Stockism

THE STUCKISTS
(est. 1999)
"Your paintings are stuck,
you are stuck!
Stuck! Stuck! Stuck!"
Tracey Emin

Against conceptualism, hedonism and the cult of the ego-artist.
  1. Stuckism is the quest for authenticity. By removing the mask of cleverness and admitting where we are, the Stuckist allows him/herself uncensored expression.
  2. Painting is the medium of self-discovery. It engages the person fully with a process of action, emotion, thought and vision, revealing all of these with intimate and unforgiving breadth and detail.
  3. Stuckism proposes a model of art which is holistic. It is a meeting of the conscious and unconscious, thought and emotion, spiritual and material, private and public. Modernism is a school of fragmentation — one aspect of art is isolated and exaggerated to detriment of the whole. This is a fundamental distortion of the human experience and perpetrates an egocentric lie.

  4. Artists who don't paint aren't artists.

  5. Art that has to be in a gallery to be art isn't art.

  6. The Stuckist paints pictures because painting pictures is what matters.
  7. The Stuckist is not mesmerised by the glittering prizes, but is wholeheartedly engaged in the process of painting. Success to the Stuckist is to get out of bed in the morning and paint.
  8. It is the Stuckist's duty to explore his/her neurosis and innocence through the making of paintings and displaying them in public, thereby enriching society by giving shared form to individual experience and an individual form to shared experience.
  9. The Stuckist is not a career artist but rather an amateur (amare, Latin, to love) who takes risks on the canvas rather than hiding behind ready-made objects (e.g. a dead sheep). The amateur, far from being second to the professional, is at the forefront of experimentation, unencumbered by the need to be seen as infallible. Leaps of human endeavour are made by the intrepid individual, because he/she does not have to protect their status. Unlike the professional, the Stuckist is not afraid to fail.
  10. Painting is mysterious. It creates worlds within worlds, giving access to the unseen psychological realities that we inhabit. The results are radically different from the materials employed. An existing object (e.g. a dead sheep) blocks access to the inner world and can only remain part of the physical world it inhabits, be it moorland or gallery. Ready-made art is a polemic of materialism.
  11. Post Modernism, in its adolescent attempt to ape the clever and witty in modern art, has shown itself to be lost in a cul-de-sac of idiocy. What was once a searching and provocative process (as Dadaism) has given way to trite cleverness for commercial exploitation. The Stuckist calls for an art that is alive with all aspects of human experience; dares to communicate its ideas in primeval pigment; and possibly experiences itself as not at all clever!
  12. Against the jingoism of Brit Art and the ego-artist. Stuckism is an international non-movement.
  13. Stuckism is anti 'ism'. Stuckism doesn't become an 'ism' because Stuckism is not Stuckism, it is stuck!

  14. Brit Art, in being sponsored by Saachis, main stream conservatism and the Labour government, makes a mockery of its claim to be subversive or avant-garde.
  15. The ego-artist's constant striving for public recognition results in a constant fear of failure. The Stuckist risks failure wilfully and mindfully by daring to transmute his/her ideas through the realms of painting. Whereas the ego-artist's fear of failure inevitably brings about an underlying self-loathing, the failures that the Stuckist encounters engage him/her in a deepening process which leads to the understanding of the futility of all striving. The Stuckist doesn't strive — which is to avoid who and where you are — the Stuckist engages with the moment.
  16. The Stuckist gives up the laborious task of playing games of novelty, shock and gimmick. The Stuckist neither looks backwards nor forwards but is engaged with the study of the human condition. The Stuckists champion process over cleverness, realism over abstraction, content over void, humour over wittiness and painting over smugness.

  17. If it is the conceptualist's wish to always be clever, then it is the Stuckist's duty to always be wrong.
  18. The Stuckist is opposed to the sterility of the white wall gallery system and calls for exhibitions to be held in homes and musty museums, with access to sofas, tables, chairs and cups of tea. The surroundings in which art is experienced (rather than viewed) should not be artificial and vacuous.
  19. Crimes of education: instead of promoting the advancement of personal expression through appropriate art processes and thereby enriching society, the art school system has become a slick bureaucracy, whose primary motivation is financial. The Stuckists call for an open policy of admission to all art schools based on the individual's work regardless of his/her academic record, or so-called lack of it.
  20. We further call for the policy of entrapping rich and untalented students from at home and abroad to be halted forthwith.
    We also demand that all college buildings be available for adult education and recreational use of the indigenous population of the respective catchment area. If a school or college is unable to offer benefits to the community it is guesting in, then it has no right to be tolerated.

  21. Stuckism embraces all that it denounces. We only denounce that which stops at the starting point — Stuckism starts at the stopping point!


Billy Childish
Charles Thomson

4.8.99
The following have been proposed to the Bureau of Inquiry for possible inclusion as Honorary Stuckists:
Katsushika Hokusai
Utagawa Hiroshige
Vincent van Gogh
Edvard Munch
Karl Schmidt-Rotluff
Max Beckman
Kurt Schwitters

31/07/2013

Suited up

Se há coisa que eu gosto de ver é um homem bem vestido. Basta estar bem composto que eu olho duas vezes. Eu e todas as senhoras no mesmo passeio.
Não precisa de estar o ùltimo grito da moda, com um penteado fenomenal nem aquelas mariquices metrossexuais, basta fazer boa figura. De preferência de fato.
Alguém disse que nao há homens feios, só mal arranjados. Eu digo o mesmo.
Por isso é que eu gosto do Michael Caine. Homem de feições rudes à brava, o mais cockney possível. Mas dêem-lhe um fato de bom corte e é ver-me suspirar.
Vejam o Michael Boublé, com as senhoritas queques prestes a desmaiar na primeira fila.
Vejam o videoclip do John Newman. Ninguém dá grande coisa pela música, mas ali está ele, todo bem posto, a cantar (ahem) e a encantar.
Alguém se lembra do Robbie Williams a cantar de fato? Outro cockney sexy à brava.
Vou continuar este post mais tarde, os meus olhos pousaram agora numa agradável imagem do Jude Law... De fato.


10/07/2013

Derreter lentamente em Lisboa

O calor é quase sufocante. A casa aquece durante o dia, as plantas definham de sede todos os dias e as ventoinhas fazem circular ar quente e seco.
Saio do duche directamente para as roupas de vestir, tentando a custo sentir alguma frescura na pele. De pouco vale. O tempo que demoro é mais que suficiente para secar qualquer gotícula desta tão preciosa àgua.
Recuso-me a mexer-me sem ter absoluta necessidade de o fazer, e quando o faço, é normalmente para enfiar a cabeça no frigorífico ou debaixo do chuveiro.
Àgua fresca na minha pele, por favor!
Vou para o emprego com vontade, já que no escritório o ar condicionado funciona a todo o gás. Os almoços passo-os na relva, à sombra da àrvore do pátio, porque o calor das marmitas sufoca o ambiente da cantina e ninguém o aguenta.
O carro escalda e é uma tortura. Levo garrafas de àgua para ir buscar os miúdos, que eles bebem sofregamente e despejam o resto por cima das cabeças suadas. As janelas abertas deixam entrar ar - quente. Todos sofremos, uns mais, outros menos.
O leite do biberon que o Novo Biscoito leva para a cama, tem de ir gelado para não coalhar. As portas e as janelas escancaradas a ver se conseguimos alguma corrente de ar, as portas e as janelas fechadas a ver se conseguimos manter o frio cá dentro.
Passo a tarde a borrifar àgua pela casa, tentando manter uma humidade relativa agradável, senão o calor seca tudo, narinas inclusivé.
 Ainda não fui à praia com medo do calor. O fato de banho faz-me suar só de olhar para ele, e os biquinis ainda não me ficam bem. Estou uma lástima. Só me apetece andar nua por todo o lado e ignorar que a minha barriga está flácida e as minhas maminhas estão bem mais em baixo do que eu pensava.






28/06/2013

Produtividade vs humidade relativa

Nunca pensei que o estado do meu cabelo tivesse tanto impacto na minha produtividade...

25/06/2013

Quadro de mérito

Receber a notícia de que o nosso Biscoito foi aluno de notas excelentes põe qualquer um feliz

24/06/2013

Arraial de São João II

Quase meia-noite e o Novo Biscoito cedeu finalmente ao cansaço.
A noite mais curta do ano foi boa e luminosa.

Arraial de São João I


O Novo Biscoito a comprar uma rifa ao Biscoito.
Dizia que saía sempre. Pois a nós não saíu nada, a rifa estava em branco.
Tenho cá uma sorte...

01/06/2013

Dia da criança

Dia da criança eu fui a uma sessão de osteopatia que me deixou com cara de quem acabou de dar a queca do milénio - isto nas palavras da tresloucada a quem eu entreguei os meus ossinhos. Para a semana há mais.

08/05/2013

Friends request

Esta semana encontrei no FB a minha melhor amiga dos tempos do colégio. Continua igual ao quer era, o mesmo sorriso, o mesmo corte de cabelo. Pelas fotos vi que tem um filho e trabalha no mesmo que a mãe, tal como sempre dissera que faria.
Outra amiga, da faculdade, encontrou-me a mim no FB. Tornou-se arqueóloga. E eu fiquei triste. Fiquei triste, porque eu também era suposto ter-me tornado paleógrafa, mas a maternidade meteu-se pelo meio e tive de arranjar um salário certo num horário certo.
Ainda me dói cada vez que abro a gaveta com a tese incompleta e os milhares de apontamentos.
Hoje ao almoço, algumas colegas minhas, todas na casa dos 30, conversaram em como querem ter filhos, outras nem pensam nisso. Só eu é que tenho filhos do grupinho do almoço, três ainda por cima, e ainda me debato com a angústia de ter de decidir terminar por aqui ou continuar a parir até aos 40, coisa que as minhas colegas acham um acesso de insanidade temporária.
Não as percebo, eu com a idade delas já tinha dois, e nem por isso os tive muito nova.
Acho que há mulheres que nascem para ser o que sempre quiseram.
Outras, nascem para ter filhos. Como eu.

30/04/2013

Mãos na massa

Livros adquiridos na Retrosaria

Fui passear ao Chiado com o marido a fazer de chauffeur e a promessa de um almoço de pataniscas. 
Subi a trote as escadas da Rua do Loreto 61 e fui direita à estante dos livros. Não consegui resistir e no último minuto, juntei mais um livro aos dois há tanto tempo ansiados.
Chegada a casa, sentei-me no chão com os livros novos ao colo. Li as introduções, vi cada uma das imagens com toda a atenção do mundo, maravilhei-me com a delicadeza dos nós, compreendi as instruções,  mas, subitamente, as minhas mãos foram invadidas por um formigueiro avassalador.
Procurei o caderno onde tinha anotado alguns esquemas de barras de um livro antíquissimo que fotocopiei há uns anos atrás e simplesmente comecei a tricotar.
Não sei o que vai saír dali, mas não me importa. Sei que estou a gostar e que me surpreendi por descobrir que a minha forma intuitiva de começar a malha até é nacional e bastante antiga. 
A ver se é desta que os miúdos deixam de brincar com os novelos, para eu começar a investir em linhas de boa qualidade.

Self portrait tuesday

26/04/2013

Such a perfect day

Porque há dias assim, em que a vida nos pisca o olho e mal de nós se não os aproveitássemos. Hoje foi um desses dias.
Há anos que não estávamos os dois um dia inteiro sem filhos, sem qualquer obrigação que não fosse aproveitar o sol e a companhia um do outro.
Praia, sol, almoço na esplanada, um saltinho à sapataria para encontrar os sapatos que tanta falta faziam no guarda-roupa, os filhos à saída da escola e o jantar sem cenas, com os miúdos a discutir pelo último pedaço, em vez de ser a berrar que não querem ou não gostarem.
E agora um filme e deixarmo-nos adormecer no meio das almofadas, sem qualquer preocupação na vida.

21/03/2013

O meu marido é o melhor do mundo

Porque quando o médico do trabalho me mandou para casa de fim-de-semana prolongado, ele tratou de tudo para eu poder ficar o dia seguinte a dormir e até aspirou o meu carro. E eu dormi vinte horas seguidas e sinto-me muito melhor.

17/03/2013

Sutra (2008-2013)

Meu anjo da guarda minha companhia,
guardai minha alma de noite e de dia.

Foi em pouco tempo. A Sutra adoeceu, estava com o pelo baço e gania baixinho. Em menos de um mês tinha um tumor infectado no peito. Foi-lhe diagnosticada leishmaniose. 
Começou-se o tratamento na esperança de o tumor regredir. Voltou o apetite e o pêlo tornou-se outra vez brilhante. A leishmaniose estagnou, mas o tumor não. Afinal eram duas coisas distintas. 
A Sutra coçava-se a toda a hora. Interrompia a corrida no parque para se coçar. Rebentaram tumores pela pele toda. Um cheiro pútrido e fétido encheu a casa e espalhou-se pelo hall do prédio. Tínhamos a casa coberta de pingas de sangue e pedaços de tumor espalhados pelo chão, que ela arrancava de tanto se coçar.
O veterinário achou que era demais. Nós concordámos.
Adormeceu com a cabeça nas minhas mãos e apagou-se calmamente. O meu anjo da guarda, o meu cão, morreu.
Obrigada por tudo, minha amiga. Eu já não tenho medo, já não preciso de ti. Podes ir. Obrigada, obrigada.

05/03/2013

Os meus filhos são uns selvagens

Segunda-feira ao principio da noite, a chamada "hora da loucurinha cósmica" cá em casa. 
Estamos todos em casa e o pai decide ir passear o cão. Eu pego no Novo Biscoito para o ir deitar e deixo os dois Biscoitos mais velhos na cozinha, sentados à mesa a começar a jantar.
Ponho o novo Biscoito na caminha de grades e começo a despi-lo para lhe mudar a fralda. Viro-me por um milésimo de segundo para alacançar a fralda nova e ele começa a rir-se - está a fazer chichi por cima de tudo o que a cama tem, a saber, um edredão, uma almofada, um cobertor e três peluches, mais a fralda suja e as calças. Pego no Novo Biscoito e coloco-o no chão, tiro tudo se cima da cama numa grande trouxa de roupa cheia de chichi, mais a fralda e o João, que era suposto estar ao meu lado, afinal está na sala a chorar. Corro para ver o que se passa (que o choro era de aflição) e tropeço no carrinho que o Outro Biscoito deixou estacionado mesmo à frente da porta. Estatelo-me em grande estilo no chão, mais a trouxa de roupa cheia de chichi e a fralda suja, mas ainda consigo ver que o motivo do choro é o Outro Biscoito a puxar o Novo Biscoito por uma perna, enquanto este tenta desesperadamente manter-se em cima do sofá. Nesse preciso instante, o Biscoito que ficou sentado à mesa a jantar, cai do banco (como raio é que uma pessoa tropeça sentada isso é que eu não sei) e leva o prato com o jantar e tudo o que consegue alcaçar atrás, jantar, loiça, copos de àgua, tudo espalhado no chão numa confusão de ervilhas e cacos. Fecho-me no quarto a chorar até o marido chegar e me dizer que vai ficar tudo bem. 

Passei o resto da noite a afogar as mágoas ao longo de duas horas de Clive Owen e Til Schweiger em versão alta idade média (muito sexy, por sinal).


02/03/2013

O meu país descontente com o rumo da Democracia.

Nunca na minha vida pensei ir para a rua gritar contra um governo democraticamente eleito.
Foi de partir o coração ver os avós que lutaram contra a ditadura, pais que lutaram na guerra, amigos que nasceram no ano das primeiras eleições democráticas gritar "Abaixo o governo".
Nunca ninguém alguma vez sonhou chegarmos a este ponto.
Não foi este o país que sonharam para mim. Não é este o país que eu quero para os meus filhos.
Hei-de ir para a rua gritar por um Portugal melhor as vezes que forem necessárias até isso acontecer. Acompanhada pela memória de todos aqueles que morreram pelo sonho de um país democrático, e pelos que todos os dias lutam por um futuro melhor.

SOMOS DEMOCRACIA
SOMOS MANIFESTAÇÃO
SOMOS JUSTIÇA E
SOMOS REVOLUÇÃO!

28/02/2013

in vino veritas

A verdade verdadinha, é que é tremendamente difícil sobreviver incólume à loucurinha das sete da tarde sem um copo de vinho... ou de gin, ou de outra bebida maravilhosa qualquer.!

18/01/2013

O maravilhoso fardo da maternidade


 Agora que o Novo Biscoito já está mais independente, dei por mim a concentrar-me mais naquilo que me faz feliz do que naquilo que os meus filhos precisam. Explico-me. Agora que todos os meus filhos já são pessoas independentes de mim, posso finalmente continuar a nobre tarefa - interrompida durante oito anos - de realizar os meus sonhos. Se bem que ter filhos era um deles, a verdade é que já está realizado. Largo agora três pessoas maravilhosas neste mundo, deposito nelas as esperanças da Humanidade e sigo a minha vida.
Eu. 
Uma pessoa inteira, com cabeça, tronco, braços e pernas. Mais cabelos brancos e mais rugas, as ancas mais larga, smais peso. As maminhas mais descaídas (valentes, que alimentaram três filhos) e a gravidade que não ajuda. Mas caramba, eu inteira só para mim.
Shazam!


01/01/2013

Dia da Paz


O primeiro dia do ano é uma coisa especial. Como um caderno de escola sem nada escrito, ao qual encostamos o nariz a aspirar o odor do papel e da cola, e sorrimos. Sorrimos porque ali depositamos todas as esperanças de um futuro promissor. Melhor que o ano passado e cheio de lições bem aprendidas que nos tornarão numa pessoa melhor no futuro. O Futuro cheio de esperança.
Bom ano Novo!