10/07/2013

Derreter lentamente em Lisboa

O calor é quase sufocante. A casa aquece durante o dia, as plantas definham de sede todos os dias e as ventoinhas fazem circular ar quente e seco.
Saio do duche directamente para as roupas de vestir, tentando a custo sentir alguma frescura na pele. De pouco vale. O tempo que demoro é mais que suficiente para secar qualquer gotícula desta tão preciosa àgua.
Recuso-me a mexer-me sem ter absoluta necessidade de o fazer, e quando o faço, é normalmente para enfiar a cabeça no frigorífico ou debaixo do chuveiro.
Àgua fresca na minha pele, por favor!
Vou para o emprego com vontade, já que no escritório o ar condicionado funciona a todo o gás. Os almoços passo-os na relva, à sombra da àrvore do pátio, porque o calor das marmitas sufoca o ambiente da cantina e ninguém o aguenta.
O carro escalda e é uma tortura. Levo garrafas de àgua para ir buscar os miúdos, que eles bebem sofregamente e despejam o resto por cima das cabeças suadas. As janelas abertas deixam entrar ar - quente. Todos sofremos, uns mais, outros menos.
O leite do biberon que o Novo Biscoito leva para a cama, tem de ir gelado para não coalhar. As portas e as janelas escancaradas a ver se conseguimos alguma corrente de ar, as portas e as janelas fechadas a ver se conseguimos manter o frio cá dentro.
Passo a tarde a borrifar àgua pela casa, tentando manter uma humidade relativa agradável, senão o calor seca tudo, narinas inclusivé.
 Ainda não fui à praia com medo do calor. O fato de banho faz-me suar só de olhar para ele, e os biquinis ainda não me ficam bem. Estou uma lástima. Só me apetece andar nua por todo o lado e ignorar que a minha barriga está flácida e as minhas maminhas estão bem mais em baixo do que eu pensava.






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