16/10/2007

30 anos e 1 dia

Tenho 30 anos e um dia.
Nunca me assustou fazer um aniversário tão redondo. Pelo contrário, desde os vintes que esperava ansiosamente por este dia. Os 30. A idade adulta a sério, porque aos vintes ainda era uma miúda. Agora casei, tenho filhos e trinta anos. Sou uma senhora.
Estou a gostar, este dia novinho em folha de uma década nova. Parece tudo mais verde.
Nunca imaginaram cores para os números? Eu sim, cada número tem uma cor própria, excepto quando se juntam em números compostos, caso em que as cores se misturam e eu fico a pensar se será esta ou aquela. Muitas vezes, os números são tão grandes que ficam brancos, tipo ummilhãoseiscentosecinquentamilecatorze. A total mistura de cores dá no branco total. É fabuloso. Mas o estranho é que o 3 é amarelo dourado (não confundir com o amarelo canário do 7) e o 0 é branco-prateado. No entanto o meu futuro é verde.
A ver: o 0 é branco prateado e o 1 é azul cobalto; o 2 é azul esverdeado, o 3 é amarelo dourado e o 4 é vermelho; o 5 é azul turqueza e o 6 é castanho chocolate; o 7 é amarelo canário e o 8 é de um violeta escuro; o 9 é preto ou verde escuro, conforme lhe dê o sol. Depois vem o 10 que é quase branco, o 20 é da cor da àgua-marinha gigante que está na exposição permanente no palácio da Ajuda e o 30 é verde claro. O 40 é vermelho coral, o 50 é azul claro e por aí adiante até ao branco total.
Depois, para fazer contas e calcular os trocos, imagino os números todos ordenados por ordem crescente, da direita para a esquerda (que eu sou canhota), do 0 ao 9, e para qualquer operação que tenha de fazer imagino os números a desdobrarem-se ou anularem-se num plano vertical inferior à linha inicial, sendo que o resultado aparece sempre mais à esquerda e destacado por uma luz amarelo-mostarda brilhante, até que a massa de números e operações de primeiro e segundo grau se confundem numa massa avermelhada que se dilui nos contornos do ambiente que me rodeia na altura.
Parece-me bem.

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