24/06/2009

Queridos meus

O Biscoito confundiu uma fotografia do Agualusa com o próprio pai. "Humm, é o pai!" disse ele.
Não que o meu marido seja um Agualusa imperfeito, mas antes o próprio Agualusa o meu marido perfeito.
Explico-me: eu sonho com o Agualusa e apaixono-me por ele porque me parece a ideia que eu tenho do meu marido. As melenas onduladas do Agualusa fazem-me lembrar o cabelo do meu marido ao vento de fim das tardes de praia em Agosto; o nariz é quase idêntico; têem o mesmo timbre morno na voz suave; a mesma solidão recolhida nos olhos escuros.
Sonho acordada com ele (com o Agualusa) enquanto procuro uma factura perdida ou enquanto peço a minha bica cheia.
Imagino que o meu marido me escreve intermináveis cartas de amor e romances premiados inspirados na nossa vida em comum.
Depois, acordo ou adormeço com o meu marido ao lado e sinto-me feliz. O Agualusa não é para aqui chamado. Estes momentos de intimidade só ao casal pertencem.
Pelo meu lado, continuo a sonhar. Acho que somos felizes assim.

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